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  • Foto do escritorDona Lã

Versões


Vemos na vida várias versões, e aqui com aliterações, das mesmas condições, dos mesmos conceitos, dos mesmos contextos.

Até aqui tudo bem.


Podemos identificar-nos mais com uma ou outra versão, podemos gostar mais de uma ou outra versão, podemos ficar mais confortáveis com uma outra versão.


Mas e quando uma diferente versão da mesma situação a muda completamente e a torna não numa outra versão mas numa outra situação?

Continua tudo bem?


Sim, porque o facto de ser uma "versão" já implica que é uma interpretação, uma forma de ver, que pode ser são ou não, mas continua a ser ver-são. Cada um terá a sua, mas pode haver uma versão que provoca aversão, vira tudo no sentido oposto, adultera a versão original, deturpa-a e contorce-a de tal forma que lhe tira a sua forma original.


Imaginemos um pão de azeite (se não conhecem, não percam tempo e façam por conhecer, o meu preferido, o da minha família, o do meu pai, o Nosso pão): a mesma massa do pão pode ser moldada à mão, pode ser colocada numa forma retangular, redonda, oval, com ou sem buraco, uma infinidade de possibilidades que resultarão em diferentes versões. Mas e quando o próprio pão assume uma nova versão por si próprio? Quando ele próprio cria dentro de si uma nova forma, sem que a pessoa que o moldou tivesse qualquer controlo sobre isso?


Será que há versões de situações que se criam a si próprias? Que com o passar do tempo mudam, moldam-se, transformam-se e quando nos voltamos a deparar com elas já não a mesma situação mas uma versão da mesma?


Tenho poucas respostas hoje. Tenho tantas perguntas, que consigo ter em cada uma das perguntas várias versões da mesma, que me conduzem involuntariamente a outras versões das versões originais.


Um mesmo novelo pode ter uma infinidade de versões, não fosse ele um novelo. E dependendo do dia, hora, local, disposição e versão de nós próprios, a versão que teremos do novelo também será diferente. O novelo de hoje, não será igual amanhã, terá uma nova versão, melhor ou pior, maior ou menor, com mais ou menos alterações, mas terá outra versão, ou outras versões.


A pessoa que vive em cada um de nós assume diferentes versões, vive diferentes versões da mesma situação, sente diferentes versões dos mesmo sentimentos, e com isso não precisa de mudar, de deixar de ser quem é. Estamos em constante processo de assimilação, adaptação, interação, alteração, comunicação. Estamos constantemente a mudar de versão e a assistir à mudança de versão de quem está à nossa volta. Cabe-nos decidir qual a nossa melhor versão, qual a nossa verdadeira versão, qual a nossa verdadeira missão.


Talvez publique ainda outra versão do post de hoje.



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