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  • Foto do escritorDona Lã

Reencontros


Já vos aconteceu terem deixado de ver um novelo, nunca mais se terem lembrado dele e num dia qualquer, que afinal não era um dia qualquer, mas só perceberam isso depois, ele vos aparece e desperta aquela sensação tão aconchegante e familiar, que vos enche o coração e deixa com aquele sorriso parvo na cara, do qual só se apercebem depois, quando já vos doem os músculos?


Às vezes adiamos reencontros por falta de tempo, por termos outras prioridades extremamente prioritárias, por estarmos cansados, por estarmos ocupados, por estarmos enervados, por estarmos em tantos diferentes estados acabados em ados...


E quando um dia, sem grandes preparativos, sem grandes antecipações, alguém se lembra de marcar um almoço, para aquele dia, que era só um dia qualquer, mas que afinal era O dia, lá vamos nós, até a fazer algum sacrifício, porque até tínhamos determinadas rotinas já enraizadas, mas vamos, contrariando o corpo e a mente.


E ao fim de pouco tempo percebemos! Lá vem aquela sensação única, magnífica, de que o tempo não passou por nós, de que todas as memórias dos momentos que passámos entre amigos continuam bem vivos entre todos nós, de que nos rimos mais do que nunca dos nossos próprios disparates e aventuras inconsequentes, de que mesmo os que já não estão continuam tão presentes. Vemos como continuamos iguais a nós próprios, apesar de terem passado por nós tantas outras pessoas, tantos outros momentos, tantos outros locais, tantas outras experiências. Mas a nossa essência é a mesma.


Arrependemo-nos de não ter tido o reencontro há mais tempo, culpamos a nossa vida ocupada, a nossa agenda cheia, os nossos imensos afazeres, quando na verdade bastava um pequeno momento para relembrar o passado, para arrumar qualquer gaveta da nossa memória e reencontrar aqueles novelos que não víamos há tanto tempo e que estavam tão vivos em nós.


E em relação àquele dia, que era um dia como qualquer outro, mas afinal não era? Era um dia especial, alguém fez questão de o fazer neste dia, por ser tão especial, mas também teve o cuidado de o fazer discretamente, a condizer com a pessoa que marcou este dia. Parabéns a ti! Este teu dia foi ainda mais especial, o dia do "Almoço 23", sem a tua presença física, mas estavas lá em todos os momentos, em todas as memórias. Obrigada por nos juntares, ainda hoje!


Afinal de contas, podemos sempre reencontrar novelos antigos, e estamos sempre a tempo de os desfiar e de descobrir surpresas agradáveis, que prometemos repetir, num outro dia qualquer, que será, com toda a certeza, um dia especial.




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