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Des-a-linha-dos

  • Foto do escritor: Dona Lã
    Dona Lã
  • 26 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

Há coisas que me tiram do sério. Os novelos desalinhados são uma delas. Cada um rebola para o seu lado, aleatoriamente, ora para aqui, ora para ali, nunca sabemos qual o lado para onde vai cair, mexemos num e o outro ao lado perde o apoio, arrumamo-lo de novo e o da ponta já caiu e fez cair mais dois... Que neura!


Vais a conduzir numa estrada e vem um carro da direita, sabe Deus de onde apareceu, ultrapassa-te e quando começas a reagir e a dar uma valente buzinadela, já está outro a mudar de faixa sem pisca e a meter-se à tua frente e a seguir a travar a fundo e tu travas bruscamente, esquecendo a buzinadela do outro e pára tudo! Tens o coração na boca e tens que te controlar para não desatares aos gritos.


Pior ainda são aqueles que não param nas passadeiras, mas não porque não querem, simplesmente porque nem as viram! Ou que passaram o sinal vermelho porque estava uma fila enorme, que de repente começou a andar, e seguiram a fila sem olhar para o sinal. Sem stress, afinal nem era um cruzamento. Mas ups! Era uma passagem para peões em frente a uma escola! E podia ter corrido mal, mesmo muito mal!


Não tenho nada contra os desalinhados, aliás, também ninguém me pediu a opinião e, afinal de contas, num momento ou noutro somos todos nós desalinhados, uns mais outros menos (eu sinto que passa a vida desalinhada, sempre em busca do alinhamento certo, mas tudo bem! Tudo bem desde que o meu desalinho não vá contra o teu alinhamento, porque aí já estou a entrar na esfera alheia e a perturbar o outro. É esse desalinho que me faz desalinhar!


Vamos lá tentar focar, tirar o des e o dos, juntar o r e toca a alinhar!

(Mas pouco, só o suficiente para não atrapalhar o outro. Mantém o teu próprio desalinho, aquele que te torna inconfundível, diferente dos demais, único!)




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2 Comments


Dona Lã
Dona Lã
Feb 28, 2019

Não vou não!

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ajgpombinho
Feb 26, 2019

Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali...

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Cântico Negro

José Régio


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