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  • Foto do escritorDona Lã

Colorir é o melhor remédio


Nem todos os novelos são de pura lã, nem todos os novelos são beges, há muito que o Homem (no sentido lato, porque desculpem mas acho mesmo que isto foi obra de uma mulher) percebeu que as cores são essenciais para o nosso bem estar, despertam em nós diferentes sensações que nos aliviam, alegram, excitam, espevitam, acalmam, relaxam... desde cedo que se começaram a usar plantas coloridas para tingir os fios, desde cedo que tentámos reproduzir as cores da natureza nos objetos fabricados por nós, humanos.


Vivemos numa época conturbada, agitada, stressada, apressada, acelerada. Tudo tem que ser feito rapidamente, os prazos são todos para ontem, as decisões já deviam ter sido tomadas até mesmo antes de os problemas terem surgido, tudo deve ser devidamente antecipado. Somos uma espécie de máquinas, autómatos, programados para agir rápida e eficazmente sempre que determinada condição ocorre:


[ se o chefe te pedir um documento,

então entrega o documento JÁ

senão bem podes começar a arrumar a tralha.

Repete enquanto houver ordens do chefe. ]


Mas, tal como todos os outros autómatos, por mais bem escrito que esteja o código, às vezes também falha, há bugs, o programador tem que verificar novamente, apesar de já o ter testado inúmeras vezes. E nós também falhamos, vergamos, abrandamos.


Felizmente, há sempre os illuminati de todos os tempos, que já previam estas situações, e quais programadores avant-garde, têm já a fórmula certa para nos reajustar. Entrámos na vaga da mindfulness, a “atenção plena”, os livros com mandalas para colorir, as músicas calmas e relaxantes, que libertam em nós as hormonas da felicidade e passamos a ser autómatos muito mais felizes e mindful.


O mais curioso no meio disto tudo é que fomos nós que criamos os nossos próprios problemas, fomos nós que criámos as máquinas, os robôs, os gadgets, os autómatos, que acabaram por nos tornar reféns do seu funcionamento, sendo nós próprios autómatos. Porque, na verdade, já todos pintávamos antes, já todos ouvíamos músicas relaxantes antes, melhor, cantávamos essas músicas, com os nossos pais, com os amigos, mais extraordinário ainda, brincávamos na rua sem termos que escrever na agenda que estávamos a fomentar a nossa mindfulness.


AWESOME!!! AMAZING!! OVERWHELMING!!!!


A sério?! Teremos mesmo chegado a tal ponto de distração que nem nos apercebemos que bastava continuar a colorir, mesmo depois de ser crianças, com as nossas crianças, sozinhos, só porque sim, só porque o mundo com mais cor é um mundo mais feliz, mais propenso a ser saudável, mais

mindful?


Felizmente que os novelos continuaram sempre a ser coloridos, com as mais diversas tonalidades, permitindo-nos uma infinidade de soluções, de remédios para a alma.



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