E para começar, uma breve dissertação acerca da introdução dos novelos de lã na cultura ocidental no século... Não me parece! Por mais interessante que pudesse ser, o novelo a que me refiro tem uma origem diferente, veio do mesmo sítio que cada um de nós, nasce connosco, não sabemos bem onde começou mas sabemos que continuará, ou pelo menos assim achamos...
Um dos meus novelos começou a enlear-se há uns meses atrás. E nem me apercebi. Quase que as minhas pernas ficavam totalmente presas na confusão de fios que já estavam à volta delas e eu, demasiado ocupada com aqueles que eu achava que eram os meus problemas, continuava a dizer que estava tudo bem. Até que qualquer coisa me obrigou a baixar a cabeça e olhar para os meus pés e ver a encruzilhada que já se tinha gerado ali.
A mãe é sempre a mãe, boa, má, alegre, triste, bem disposta, mal disposta, generosa, egoísta, altruísta. Foi ela que nos deu vida, foi por ela que viemos, foi ela que assumiu o compromisso de nos trazer e apresentar a este mundo. Mas e quando chega a altura de sermos nós a assumir o comando e sermos nós a mãe da mãe?
Peguei num dos fios e comecei a procurar a ponta, mas não encontrei, já havia nós, a tentação de pegar numa tesoura e ZÁS! cortar todos os nós e ficar com várias pontas soltas e escolher apenas a que me levava ao novelo direitinho. Calma. Pára! Pensa!
A teimosia ajuda-nos. Prefiro chamar-lhe persistência.
