Tiquetaque, tiquetaque, tiquetaque...
Ouvimos o tiquetaque do relógio e sentimos o tempo a passar, sempre, sem parar.
Espreitamos o relógio do computador e sentimos o tempo a passar, sempre, sem parar.
Olhamos para o relógio do telemóvel e sentimos o tempo a passar, sempre, sem parar.
Vemos o novelo a desmanchar-se, a ficar mais e mais pequeno e sentimos o tempo a passar, sempre, sem parar.
E nós? Será que também continuamos sempre, sem parar? Quantas vezes o tempo passou e nós ficámos parados num pensamento, numa ideia, numa recordação, num qualquer momento que nos prendeu e nos deixou ficar ali, sem nos apercebermos que o tempo continuou a passar, sempre, sem parar?
E que bom que é podermos parar num qualquer momento que nos fez felizes, recordá-lo vezes e vezes sem conta, voltarmos a sentir a mesma felicidade, os mesmos sons, os mesmos cheiros, as mesmas emoções. Podermos fechar os olhos, esquecer a realidade por uns momentos e só lembrar. E sim, o tempo continua a passar, sempre, sem parar.
Que prazer poder olhar para um novelo e parar para pensar em todas as novas possibilidades que ele nos traz. E ficar só ali, a admirá-lo. A senti-lo. A torná-lo nosso. Mesmo que o tempo continue a passar, sempre, sem parar.
O meu tempo é o meu tempo, nunca será o teu tempo, o tempo dos outros, é o meu tempo. E poder ter a capacidade e a possibilidade de decidir o que faço com ele é uma das maiores bênçãos que podemos ter. E enquanto a temos, vamos aproveitá-la, agradecer a Deus ou às estrelas por podermos continuar a ser nós a decidir, a escolher, a aproveitar o nosso tempo a nosso bel-prazer. Mesmo que o tempo continue a passar, sempre, sem parar.
Este meu tempo, que nem sei quanto foi, nem quero saber, passei-o a escrever, porque podia, porque queria, porque me fez sentir bem e espero que a ti também! E o tempo não mudou, não parou, continuou a passar, sempre, sem parar.
Tiquetaque, tiquetaque, tiquetaque...
