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  • Foto do escritorDona Lã

Os novelos enferrujam?

Se forem de ferro, talvez enferrujem...

e há novelos que parecem mesmo de ferro: “metálico, brilhante, com tons acinzentados“, assim o definem certas enciclopédias de acesso fácil e rápido; forte, persistente, teimoso, resistente, atrevo-me eu a defini-lo desta forma.


Nunca experimentei tricotar usando um novelo de ferro, ou melhor dizendo, nunca vi um novelo de ferro. Mas há tanta coisa que nunca vi e nem por isso significa que não exista. Mas admitindo que há novelos de ferro, duvido que algum dia tenha a ousadia de os experimentar, sabendo de antemão que corro o risco de me magoar a trabalhar com eles e que no final o resultado seja catastrófico.


Às vezes temos a sensação de que estamos a enferrujar, sentimos pequenas (ou grandes) partes de nós a ceder à pressão exterior, a deteriorar-se, a ficarem corroídas, moídas, corrompidas... e o que fazemos? Aguentamos! Claro que aguentamos! Fomos desenhados e concebidos para aguentar! Nem nos passaria pela cabeça fazer de outra forma. E mesmo que passasse, haveria sempre o querido amigo (da onça) a lembrar que temos que aguentar, mas só porque ele também aguentou! E se ele aguentou, nós também temos que aguentar!


Já estou a imaginar um tapete tricotado em ferro: malhas e malhinhas, carreiras e carreirinhas, do mais puro ferro virgem, com uns torcidos pelo meio para dar um ar mais fofinho, que maravilha! No final, colocá-lo-ia na entrada e convidaria todos os meus vizinhos para verem o meu exímio trabalho (sim, os vizinhos, porque se convidasse os amigos, provavelmente seria a última vez que aceitariam um convite meu)! Que orgulho! Tornar-me-ia uma verdadeira dama de ferro, a Margaret que me perdoe, mas eu sim seria a dama não de ferro mas DO ferro. E pronto, quando enferrujasse, passaria a ser a rainha da sucata!


Odeio ferrugem, não a suporto! Não, não temos que aguentar a ferrugem! O que mais há por aí são soluções milagrosas para a raspar, limpar, camuflar, lixar, até pintar sem retirar! Mas aguentar não! E a sensação depois de nos vermos livres da ferrugem é tão boa! Com uma ou outra bolha na mão, com a roupa mais ou menos suja de tinta, a ferrugem sai e nada fica igual depois disso! Que leveza! Que limpeza! Que liberdade!





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