Dentro de cada novelo, pode haver sempre outros novelos, normalmente mais pequenos, uns novelinhos, mais ou menos fofinhos, que ficam ali presos até o novelo grande os deixar ir e serem eles próprios grandes novelos.
Às vezes é difícil deixá-los ir, como se de alguma forma os estivéssemos a abandonar à sua própria sorte, sem amparo, mas não há volta a dar, só assim podem crescer e ser aquilo que têm que ser. Ou que querem ser. Ou que podem ser.
E nós ficamos a observar, a encaminhar, a orientar, mas uma parte de nós já saiu e essa parte era tão nossa que não pode ser substituída por nada. A menos que sejamos capazes de a encher de pequenos enxertos de orgulho, mas orgulho daquele bom, aquela sensação de missão cumprida.
Vão lá, novelitos, sigam o vosso caminho, sejam vocês próprios, e não se esqueçam nunca do grande novelo de onde vieram. E de tudo o que herdaram dele. Para o bem e para o mal, ele estará sempre lá, atento aos vossos sinais, ansioso pela vossa sorte, seguro da vossa missão.
Vão! Mas voltem sempre!
