Há dias em que parece que sim. E acreditas mesmo que sim. Claro que sim!
Sim, vai correr bem! Sim, vais conseguir! Sim, és capaz!
Há dias em que os novelos parecem fáceis de trabalhar e manuseias cada fio com uma leveza e simplicidade de quem consegue dar a volta a qualquer novelo, desenlear qualquer emaranhado, tirar qualquer nó. Sim, claro que sim!
Há dias em que parece que não. E por mais que mudes de cenário continua a ser não. Óbvio que não!
Não, não vai dar! Não, não consigo! Não, não sou capaz!
Há dias em que pegas num novelo e começas um trabalho, mas não corre bem. Desmanchas e começas outro, mas fica igualmente miserável. Voltas a desmanchar, irritas-te, o fio começa a ficar gasto e desfiado, irritas-te ainda mais e continuas a não conseguir fazer nada daquele novelo. E ele a dar-te a volta ti em grande estilo. Não, não vai dar!
Felizmente, temos sempre na nossa mão a extraordinária capacidade de mudar a perspetiva e de transformar aqueles dias não, em dias assim assim (ou so lala, como dizem os alemães e soa tão bem e tão mais animador do que o nosso assim assim, que mais parece um anão anão, não me referindo obviamente à altura ou ao comprimento ou... adiante), ou até mesmo dias sim.
Podemos sempre parar, mudar a perspetiva, relativizar e finalmente entender que aquele não pode não ser assim tão não, que talvez seja só um mau começo para um sim, que talvez seja apenas uma falsa partida, ou uma qualquer espécie de aquecimento. E depois vai certamente transformar-se num sim, porque sim, vale a pena, sim, tu consegues, sim, tu és capaz!
